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Alesc discute estudo que aponta contaminação da água por agrotóxicos em cidades de SC

Em algumas amostras foi encontrada a presença de substâncias que estão banidas nos países europeus, devido aos efeitos prejudiciais à saúde; veja quais são os municípios


Uma audiência pública da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), realizada na noite desta segunda-feira (30), tratou da contaminação por agrotóxicos da água ofertada para o consumo da população nas cidades de Santa Catarina.


O debate, proposto pelo deputado Padre Pedro Baldissera (PT), reuniu entidades que atuam no controle do uso de agrotóxicos em Santa Catarina, representantes do governo estadual, do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).


O estudo do Programa Qualidade da Água, do MPSC, foi apresentado pela professora da UFSC e pesquisadora do FCCIAT (Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos), Sônia Hess.


As análises feitas em 2018 e 2019 encontraram a presença de agrotóxicos em mananciais que abastecem a população em 65 municípios catarinenses, do total de 178 analisados nos dois anos.


Segundo o MPSC, em 2020 e 2021 não houve análises em função da pandemia da Covid-19. O estudo será retomado este ano.


Dados do estudo


Nas amostras coletadas, os níveis estavam bem acima do que é tolerado na União Europeia, por exemplo. Os índices, no entanto, estavam dentro do que é permitido pela legislação brasileira.


Em algumas das amostras, inclusive, foi encontrada a presença das substâncias atrazina e simazina, que estão banidas desde 2004 nos países europeus, devido aos efeitos prejudiciais à saúde.


“Nós estamos morrendo envenenados. Santa Catarina está entre os Estados com maiores índices de morte por câncer e por suicídio. O câncer é uma doença proveniente do envenenamento. E, em grande parte, os suicídios têm a ver sim com envenenamento. E eu estou falando de água envenenada por agrotóxico”, alertou a professora durante a audiência pública.


Representando a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, o engenheiro agrônomo da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC), Mário Álvaro Aluísio Veríssimo, alegou que o debate é complexo.


Segundo ele, o mesmo produto que é taxado como veneno, é classificado também como insumo agropecuário.


“Do ponto de vista da amplitude que esses produtos têm para a nossa economia e para as atividades do meio rural, a discussão sobre uso, regulamentação, consumo, prescrição, armazenamento e comércio desses insumos possui um arcabouço legal amplo no nosso país, desde a legislação federal, que trata do registro das moléculas e fórmulas, até normas estaduais, como a Lei 11.069/1998, que regula em Santa Catarina a produção, comércio, armazenamento e transporte desses produtos”, disse.


Normas mais rígidas


O coordenador do CCO (Centro de Apoio Operacional do Consumidor) do MPSC, promotor de Justiça Eduardo Paladino, adiantou que a partir do segundo semestre deste ano, o órgão vai monitorar o abastecimento de água de todos os 295 municípios catarinenses.


O principal desafio atualmente, segundo ele, é trabalhar uma regulamentação própria para Santa Catarina mais rígida do que a praticada hoje.


“Se levarmos em conta as circunstâncias atuais, a nossa água é considerada potável. Apenas 40 moléculas são monitoradas semestralmente, das mais de 500 que existem. Nós admitimos cinco mil vezes mais volume de glifosato na nossa água do que os países da União Europeia aceitam. Não tenho dúvidas de que precisamos avançar muito para criar uma regulamentação que evite um impacto maior dos agrotóxicos na vida das pessoas”, defendeu Paladino.


Grupo de trabalho


Um grupo de trabalho composto por representantes das entidades que participaram da audiência pública foi criado com o propósito de aprofundar as demandas levantadas. A primeira reunião do grupo está marcada para a próxima quarta-feira (8), na Alesc.


Confira as cidades onde foram identificados resíduos de agrotóxicos:


Em 2018

  • Coronel Freitas

  • Taió

  • Ibirama

  • Ituporanga

  • Rio do Sul

  • Porto União

  • Mafra

  • Itaiópolis

  • Joinville

  • Rio Negrinho

  • Schroeder

  • Massaranduba

  • Balneário Gaivota

  • Tubarão

  • Orleans

  • Balneário Rincão

  • Gravatal

  • Jaguaruna

  • Balneário Camboriú

  • Itapema

  • Balneário Piçarras

  • Ilhota

Em 2019

  • Agrolândia

  • Água Doce

  • Armazém

  • Arvoredo

  • Balneário Camboriú

  • Bom Jardim da Serra

  • Braço do Trombudo

  • Catanduvas

  • Criciúma

  • Forquilhinhas

  • Maracajá

  • Siderópolis

  • Formosa do Sul

  • Ilhota

  • Imaruí

  • Imbuia

  • Irati

  • Jardinópolis

  • José Boiteux

  • Lindoia do Sul

  • Major Vieira

  • Morro da Fumaça

  • Treze de Maio

  • Morro Grande

  • Navegantes

  • Papanduva

  • Passo de Torres

  • Petrolândia

  • Pouso Redondo

  • Quilombo

  • Rio do Oeste

  • Rio Fortuna

  • Santa Cecília

  • Santa Rosa de Lima

  • Santo Amaro da Imperatriz

  • São João do Sul

  • São Martinho

  • Treze Tílias

  • Turvo

  • União do Oeste

  • Urupema

  • Vargem Bonita

  • Witmarsum

Fonte: Nd+

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