Balanço mostra que mais de 70% das mortes por dengue em SC ocorreram em idosos
Dados coletados pela Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) e pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) deixam alerta à população quanto à doença

Até o momento, 72,7% das 66 mortes por dengue em Santa Catarina ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais, informou a SES (Secretaria de Estado da Saúde) por meio da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), no último dia 15 de junho.
Segundo a análise realizada pelos órgãos, destas 48 mortes, 12 foram de pessoas entre 60 e 69 anos; 14 entre 70 e 79 anos e 17 mortes entre idosos de 80 e 89 anos. Outras cinco foram contabilizadas em pessoas com mais de 90 anos.
Com os dados, fica visível a vulnerabilidade do grupo diante da situação. Em nota, a Dive informou que, a partir das estatísticas, “é necessário estabelecer estratégias para a adequada classificação de risco, com o monitoramento e manejo clínico adequado”.
A diretoria reforçou que “é fundamental que todos os municípios intensifiquem as ações para garantir o atendimento oportuno dos casos suspeitos, de forma a evitar a ocorrência de mais casos graves e mortes pela doença”.
“É necessário utilizar o fluxograma de classificação de risco e manejo do paciente com dengue, do Ministério da Saúde, mantendo atenção para grupos como crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, assim como nos sinais de alarme e gravidade da doença”, diz.
Dengue em Santa Catarina
Santa Catarina já confirmou 63.194 casos de dengue em 2022. A transmissão da doença foi registrada em 137 dos 295 municípios catarinenses. Deles, 65 atingiram o nível de epidemia, quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.
Foram registrados, desde o início do ano, 1.072 casos de dengue com sinais de alarme e 74 casos que apresentaram sinais graves da doença. Já em relação às mortes, foram notificadas 98, sendo que 66 foram confirmadas, 10 foram descartadas e 22 permanecem em investigação.
“Esse número de mortes confirmadas é superior às ocorrências registradas em anos anteriores. Sendo que no ano de 2016 ocorreram dois óbitos, e no ano de 2021, foram registrados sete óbitos”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive/SC.
“Salientamos mais uma vez para a população: ao apresentar sinais e sintomas, é necessário procurar um serviço de saúde para ser avaliado e orientado”, destaca o diretor. Apesar de não haver um medicamento específico contra o vírus da dengue, o diagnóstico precoce é importante.
Isso porque ele pode evitar que a doença evolua para casos graves ou até mesmo mortes.
Por isso, na presença de febre de início abrupto, associada à forte dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dores musculares, nas articulações e fraqueza, deve-se procurar atendimento em um serviço de saúde no mesmo instante.
Principais prevenções às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya):
Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;
Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios;
Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água;
Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas;
Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana;
Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas;
Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto.
Fonte: ND+