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"Estava me esmagando", conta jovem atropelada na saída de festa em Joinville

Vítima e a amiga foram atropeladas no último sábado por um infuenciador digital da cidade

Três dias após ter sido atropelada na saída de uma casa de eventos de Joinville, a jovem Elizabeth Murara, de 20 anos, ainda sente dores pelo corpo e tenta digerir o susto que passou ao lado da amiga, de 22 anos, no último sábado (11). As jovens estavam de saída da festa quando foram atingidas por um carro que estava sendo conduzido por um infuenciador digital da cidade.

Dos minutos de tensão que viveu naquela manhã Elizabeth pouco se recorda, só lembra-se do baque que sentiu, de ser atendida no local e encaminhada ao hospital. O restante, como ela mesma define, são "flashes" em sua memória.


— Eu lembro bem quando o carro parou, foi bem rápido. Só que ele começou a andar pra frente, andou pouquinho, devagar, e a maior parte do meu corpo já estava embaixo do carro. Mas daí começou a se aproximar do meu rosto, quando tava bem próximo do meu rosto e meu pescoço, ele parou — conta a estudante.


Após ter sido atropelada e já embaixo do veículo, a jovem relata que a única coisa que passava na cabeça era tentar ajeitar-se no chão, já que estava sentindo-se "esmagada".


— Na hora, não conseguia nem pensar em nada pra ser honesta, mas eu tentava me acomodar no pequeno local que tinha embaixo do carro, porque sentia que estava me esmagando. A única coisa que passava na minha cabeça me encaixar naquele buraco — relata.


Elizabeth diz que, em seguida, foi puxada para a calçada e atendida pelos seguranças da Square Garden até a chegada dos bombeiros, que a conduziram ao pronto-socorro do São José.


Além do susto, a jovem sofreu um ferimento exposto no joelho, diversas escoriações pelo corpo, uma queimadura no ombro e traumatismo craniano leve. Ela ainda disse que não consegue ficar de pé por muito tempo e precisa de auxílio para caminhar.


Hoje, quando revê o vídeo em que mostra o acidente do qual foi vítima, diz que a ficha ainda não caiu.


— Não entra na minha cabeça que era eu. Não tenho noção de quando vai cair a ficha — exprime.


"Justiça"


No dia do atropelamento, Elizabeth conta que o influenciador digital, conhecido como Miami, demorou para sair do carro. E assim que desceu, diz que ele tentou se aproximar dela e da amiga enquanto eram atendidas pelos seguranças da casa de shows, mas que ele foi contido por policiais e pessoas que ali estavam.


Depois disso, ela diz que viu ele passando próximo de onde estavam sentadas, mas sem tentar nova aproximação. Clozeni de Vargas, mãe de Elizabeth, confirma que Miami, de fato, ligou para a família, assim como relatou na sequência de vídeos publicados no Instagram. Mas isso aconteceu horas após o acidente.


— Ele ligou pra mim, entre quatro ou cinco horas da tarde, perto de buscar ela no hospital. Ele perguntou se precisava de ajuda, se precisava de remédios, se precisava tirar ela do SUS e colocar em hospital particular e tal. Mas isso já no momento que começaram a falar mal dele na internet, aí ele entrou em contato comigo — desabafa a mãe.


Do horário que aconteceu o acidente até o momento da ligação, houve um intervalo de mais de dez horas. Para Clozeni, a atitute demonstrou descaso por parte do influenciador.


A mãe pede por justiça.


— Eu acredito que das seis da manhã até as quatro horas da tarde podia ter entrado em contato bem antes. No momento do acidente com a minha filha, ele não olhou em nenhum momento pra nenhuma das duas. Espero que tenha justiça pra que isso não aconteça mais, ele tem que pagar. Se não tiver justiça, ele vai fazer de novo.


Termo circunstanciado


Depois de atropelar as duas meninas, segundo a Polícia Militar, o influenciador teve a CNH recolhida e precisou pagar multa, além de assinar um termo circunstanciado. O veículo foi liberado para outra pessoa habilitada levá-lo do local.


Fabrício dos Santos Simão, o Miami, usou os stories de sua conta no Instagram na tarde de sábado e assumiu ter se envolvido no acidente e atropelado as duas jovens.


"Mesmo que devagar, manobrando no estacionamento, acabei atropelando duas meninas", relatou na publicação. Miami ainda disse que ficou "em choque" por causa do acidente e que seu veículo foi levado do local por um homem desconhecido que passava e lhe ofereceu ajuda.


Até esta terça-feira à tarde, no entanto, nenhuma investigação sobre o caso havia sido aberta na Polícia Civil e nem no Ministério Público.


Fonte: NSC

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